Real Digital: Banco Central avalia uso da ‘criptomoeda’ do Brasil

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Nesta terça-feira (30), o Banco Central e a Federação Nacional das Associações de Servidores do Banco Central (Fenasbac) anunciaram a nova edição do “LIFT Lab Challenge”, desta vez voltado para a criação do Real Digital. O evento terá suas atividades iniciadas logo no dia 10 de janeiro de 2022, quando os novos projetos poderão ser enviados por empresas e pessoas jurídicas para serem aprovados pelas entidades responsáveis.

O que busca o Real Digital?

O objetivo da empreitada é conceber um Produto Minimamente Viável (MVP) para o desenvolvimento e os casos de uso do Real Digital, que será subsequentemente utilizado em benefício ao Sistema Financeiro Nacional. O formato “aberto ao público” adotado possibilita que pessoas jurídicas e empresas submetam propostas de projetos com funcionalidades práticas, seguras e capazes de interagir com outros meios de pagamento já existentes, de maneira voluntária e democrática.

Entre os diversos requisitos esperados, os avaliadores destacam os recursos de pagamentos inteligentes, tais como:

  • Entrega contra Pagamento (DvP) para ativos digitais, que protege os participantes de uma transação de eventuais falhas em ambientes digitais ou “tokenizados”;
  • Pagamento contra Pagamento (PvP), tratando especificamente do câmbio entre moedas, da Internet das coisas (IoT) e dá resolução tradicional de transações ou entre máquinas;
  • Finanças descentralizadas (DeFi) que utilizarão o Real Digital como base, além de estar em conformidade com as normas nacionais de supervisão;

Real Digital busca facilitar as transações financeiras no cotidiano dos brasileiros. (Fonte: Shutterstock)Real Digital busca facilitar as transações financeiras no cotidiano dos brasileiros. (Fonte: Shutterstock)Fonte:  Shutterstock 

Além disso, também há preferência para outros fatores desejados, como: soluções de pagamento no formato offline, dispensando o uso de uma conexão à Internet; capacidade de interoperabilidade com outros sistemas de pagamentos, seja para transações de varejo ou atacado; capacidade de escalabilidade; e a privacidade dos dados utilizados pela solução, conforme solicita à legislação vigente.

Cronograma de desenvolvimento

Os projetos poderão ser enviados ao evento até o dia 11 de fevereiro de 2022, quando o prazo de inscrição se encerrará e a etapa de avaliação será iniciada. As propostas selecionadas pelo Banco Central e pela Fenasbac serão divulgadas no dia 4 de março de 2022 e entrarão no processo de aceleração ainda no dia 28 do mesmo mês, que deve durar até julho de 2022.

Ao fim da etapa, os resultados finais serão divulgados e apresentados aos bancos, fintechs e instituições de pagamento.

Será uma criptomoeda como o Bitcoin?

Embora possa contar com uma tecnologia de blockchain — conforme sugere  Fábio Araújo, coordenador do projeto do Real Digital do Banco Central —, é seguro afirmar que o Real Digital não será comparável ao Bitcoin ou qualquer outra criptomoeda alternativa, como o Ethereum.

Isso se dá pelo formato de desenvolvimento da nova moeda digital, centralizado e auditado por entidades ligadas ao governo — características que significam, resumidamente, o oposto do desejado pelos entusiastas de criptomoedas. Outra diferença-chave é o próprio comportamento preço do Real Digital, inteiramente lastreado à sua versão tradicional com “baixa volatilidade”.

Resta aguardar o desenvolvimento dos projetos para conferir mais detalhes sobre o Real Digital.



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