Estimativa de sindicatos é de que mais da metade dos docentes tenham paralisado suas funções em protestos iniciados nesta quarta-feira, 13
Boa parte das escolas da França amanheceram fechadas nesta quarta-feira, 13, após uma greve nacional de professores ser iniciada contra os “protocolos confusos” de segurança anti Covid-19 do país europeu. Os 11 sindicatos do país divulgaram um posicionamento afirmando que o ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer, criou uma “situação caótica” com os protocolos que mudam constantemente. As primeiras regras anunciadas em 2022 foram publicadas em 2 de janeiro, dois dias antes do início do ano letivo, quando o governo determinou que todos os estudantes expostos a casos de Covid fossem momentaneamente afastados das aulas, fizessem um teste antígeno ou PCR junto a um auto teste rápido da doença e voltassem à escola quatro dias depois da exposição, caso continuassem negativados. Com o aumento dos casos no país e a busca exacerbada por exames, porém, as regras “relaxaram” e os alunos que fossem expostos a um caso confirmado em sala de aula precisavam apenas fazer um auto teste, que tem menor precisão do que o antígeno ou PCR.
A decisão preocupou os professores do país, que registrou nesta quarta-feira, 12, o maior número de novos casos em 24 horas, com mais de 350 mil confirmações. “A exaustão e exasperação de toda a comunidade educacional atingiu um nível sem precedentes”, afirmou o posicionamento dos sindicatos. Em resposta à paralisação, o governo afirmou que é necessário que as escolas continuem abertas. “Eu sei que é difícil, mas uma greve não vai resolver nossos problemas. Não há como fazer uma greve contra o vírus”, afirmou em entrevista à imprensa local o ministro da Educação de Macron. De acordo com dados do governo francês, 38,5% dos professores das escolas primárias e 23,7% dos professores das escolas secundárias aderiram às greves. Na versão da união sindical, porém, esse número é maior, com 75% dos docentes primários e 62% dos docentes secundários paralisados.