Aliança da sigla do Centrão com o vice-governador paulista, Rodrigo Garcia, aliado de João Doria, segue sendo o principal entrave para a filiação do presidente Jair Bolsonaro
Apesar da reunião dos dirigentes estaduais do Partido Liberal (PL) na tarde desta quinta-feira, 17, o acordo firmado pela sigla com o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), candidato do governador João Doria (PSDB) ao Palácio dos Bandeirantes, segue sendo o principal entrave para a filiação do presidente Jair Bolsonaro à legenda. Segundo apurou a Jovem Pan, a cúpula da agremiação, comandada por Valdemar Costa Neto, preso e condenado no escândalo do Mensalão, vai aguardar o resultado das prévias do PSDB antes de avançar na costura definitiva do palanque paulista.
Integrantes do partido avaliam que, se o governador João Doria for derrotado pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o nome de Rodrigo Garcia ficaria menos vinculado ao nome de um adversário político de Bolsonaro, como é o caso do chefe do governo paulista. Neste cenário, dizem, não está descartada a possibilidade de Garcia ser convidado a se filiar ao PL para disputar a eleição. Por outro lado, a cúpula da legenda do Centrão sabe que o chefe do Executivo federal quer lançar o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, como candidato ao Palácio dos Bandeirantes. Como a Jovem Pan mostrou, os liberais acenaram com a possibilidade do auxiliar presidencial disputar uma cadeira do Senado pelo Estado de Goiás.
No meio político, Valdemar Costa Neto é conhecido por cumprir os acordos firmados. Apesar disso, o PL pode rifar Rodrigo Garcia para acomodar o presidente Jair Bolsonaro – os integrantes do partido dizem que o líder da sigla irá avaliar a conveniência deste movimento nos próximos dias. Nesta costura, a legenda do Centrão leva outro fator em consideração: o governo do Estado de São Paulo, maior colégio eleitoral do país, é um importante palanque no xadrez político. Por isso, o melhor cenário seria ter como aliado um candidato competitivo. Segundo pesquisa Datafolha divulgada no mês de setembro, Tarcísio Gomes de Freitas aparece com 4% das intenções de voto no cenário com Geraldo Alckmin, de saída do PSDB, e com 6% na simulação sem o nome do ex-governador paulista. Garcia, por sua vez, tem 5%.