Setor comercializou 65 mil unidades no ano passado; aumento da taxa Selic afeta diretamente o pagamento das prestações
O mercado imobiliário de São Paulo fechou o ano em crescimento e mantém bom desempenho na pandemia da Covid-19. Em 2019, foram vendidos 50 mil imóveis novos na capital; em 2020, primeiro ano do avanço do coronavírus, o setor comercializou 60 mil residências; e finalizou 2021 com a marca de 65 mil unidades negociadas. O presidente do Sindicato do Mercado Imobiliário de São Paulo (Secovi-SP), Basilio Chedid Jafet, ressalta que o setor manteve seus canteiros de obra na pandemia e conteve o impacto para 600 mil trabalhadores no Estado. “Esperamos para 2022 números semelhantes aos de 2021, imaginando-se que o cenário econômico e o cenário político, permitam a todos nós brasileiros trabalhar em velocidade cruzeiro, em ritmo normal, sem grandes surpresas”, disse.
O movimento do Banco Central, em elevar a taxa de juros básica, Selic, para conter a inflação de dois dígitos no Brasil interfere diretamente no custo dos financiamentos, mas, por enquanto, o setor imobiliário garante que não houve um reflexo significativo nas prestações. “As prestações ficaram mais altas por um mesmo volume financiado e, os preços de venda dos imóveis tiveram que ser atualizados, para que nós pudéssemos acompanhar os efeitos da inflação. Ainda assim, a demanda é muito grande, a necessidade por habitação é muito grande, os fatores positivos superam esses desafios e, considerando-se que, apesar de os juros terem subido, eles ainda estão em um patamar bastante inferior ao que vivíamos até 2015, 2016, 2017, ainda é bastante interessante a compra da casa própria, algo que vale a pena”, comentou Jafet. O presidente do Secovi-SP lembra que o Brasil deixou de ter as menores taxas de sua história pelo sistema financeiro da habitação com a aceleração da inflação no segundo semestre de 2021.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos