Para favorcer Haddad, ex-presidente quer que o pré-candidato do Psol desista de concorrer ao governo São Paulo e, em troca, oferece apoio na próxima eleição para prefeito da capital paulista
Como manda em tudo, Luiz Inácio da Silva já disse que não quer a candidatura de Guilherme Boulos (Psol) ao governo de São Paulo. Não quer, simplesmente isso, e não tem mais o que discutir. Lula deseja que seu candidato, o menino maluquinho Fernando Haddad, seja eleito sem problemas. E Boulos é um problema. O candidato favorito ao Palácio dos Bandeirantes sempre foi o ex-governador Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB porque foi traído e ainda está sem partido. Lula já tirou Alckmin da disputa, com o convite para que seja o vice em sua chapa. Já está tudo acertado entre os dois. De alguma maneira, Alckmin se vinga de algumas figuras do PSDB, partido que ele ajudou a fundar. Ainda ajudará o menino maluquinho e tornará a candidatura petista menos pesada para aqueles brasileiros que se esquecem das coisas, especialmente dos grandes espetáculos de corrupção que enriqueceu muitos corruptos, incluindo o ex-presidente e ex-presidiário.
Lula quer que Guilherme Boulos desista de sua candidatura ao Palácio dos Bandeirantes. Em troca, receberá todo o apoio do PT para a eleição à Prefeitura de São Paulo em 2024. Mas o Psol não está disposto a atender Luiz Inácio. Dirigentes petistas e psolistas concordam que a candidatura de Boulos vai prejudicar muito a oportunidade de a esquerda (que esquerda?) assumir o governo paulista, nas mãos do PSDB desde 1994. A verdade verdadeira é que uma esquerda que ainda aceita Lula como líder só pode ser uma esquerda vagabunda, de gente que não presta. O Psol sabe que Boulos vai prejudicar o ex-prefeito Fernando Haddad, dividindo esse grupo chamado de esquerda, uma bagaça. Mas os psolistas insistem em ter candidato. Dizem que não abrirão mão da candidatura. O menino maluquinho que se vire.
O Psol simplesmente não acredita que o PT vá apoiar Boulos na eleição à Prefeitura de São Paulo em 2024. Sabe que Luiz Inácio só vive de mentiras, a sua marca registrada. De qualquer maneira, o Psol não é tão sério como diz e sinaliza que ainda pode conversar. Quem sabe as duas siglas não formem uma federação? Mas, por enquanto, fica tudo na conversa. Lula acha que pode tudo e foi se encontrar com Guilherme Boulos, passando por cima do Psol. Nas redes sociais, tem chamado Boulos de “querido amigo”. Afirma que conversou com o psolista sobre a situação do Brasil e assegura que não lhe pediu que desistisse de sua candidatura em São Paulo. Adianta que apoiar Boulos é um “compromisso histórico” para petistas, esquerdistas, progressistas e “todos aqueles que queiram restabelecer a democracia no país”.
Lula também está preocupado com a candidatura de Márcio França (PSB), que tem aparecido bem nas pesquisas e pode ser uma ameaça ao menino maluquinho. Se for assim, Luiz Inácio vai falar com França também. Lula observa que nunca houve uma oportunidade tão clara de tirar São Paulo das mãos do PSDB. A questão ainda está em andamento. Sabe-se que Guilherme Boulos, pessoalmente, aceita um acordo, mas ele depende do partido. Boulos quer ver Lula presidente do Brasil, embora não aprove a figura de Geraldo Alckmin como vice na chapa petista. Lula e Boulos marcaram um novo encontro para os próximos dias. O Psol adianta que vem discutindo a questão internamente. Já Lula insiste. Boulos tem de desistir. E vai acontecer algo até agora inacreditável: o ex-governador Geraldo Alckmin participará da campanha em favor de Fernando Haddad. É pouco ou quer mais?
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.