Petista cogita chamar o presidente do PSD para ser ministro em seu governo, caso seja eleito; Kassab já disse que não deixa de cumprir as missões que aparecem em sua vida
Luiz Inácio da Silva não para. Parece ser o dono do Brasil. E como já se considera eleito, começa a dar ordens. Está quase sempre em um jatinho viajando para algum lugar. Isso custa dinheiro. Mas Lula e o PT estão milionários. Trabalharam muito no passado e ganharam muito. Agora Luiz Inácio já está até escolhendo ministro para o seu governo. E o primeiro indicado poderá ser o ex-ministro Gilberto Kassab, presidente do PSD. Kassab está meio sem rumo com a falta de decisão do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, que ele queria como candidato à Presidência da República pelo seu partido. Como Pacheco não se decidia, Kassab convidou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do PSDB, que ainda não respondeu. Sempre começa assim. Lula diz que quer conversar e essa conversa vai longe. Fica rodeando, rodeando, conversa vai, conversa vem, e sem que perceba, o outro já foi fisgado. É o que está acontecendo com Gilberto Kassab, que está se enroscando nas teias venenosas de Lula. Quando tentar livrar-se não tem mais jeito.
Se Lula ganhar a eleição e for convidado para compor o ministério, Kassab responde que não deixa de cumprir as missões que aparecem em sua vida. Já deixou a porta meio aberta. Para Kassab, ser ministro é uma honra, mas observa que não está pensando nisso. A hora ainda não chegou. A questão aí é a esperteza de Lula, que vai cercando possíveis adversários e engolindo todo mundo na conversa de sempre. Kassab tem dito aos amigos mais próximos que o presidente Bolsonaro, por sua conduta na Presidência da República, poderá não chegar ao segundo turno da eleição de outubro, observando que o presidente vem errando muito e que seu desgaste é bastante grande junto ao eleitorado que o elegeu em 2018. Kassab lembra que não faz muito tempo, Bolsonaro tinha 60%, 70% de aprovação, hoje tem apenas 20%. O desgaste de Bolsonaro se deve especialmente ao seu comportamento diante da pandemia e do desemprego. Kassab observa que no cenário que aí está, a tendência é cair mais e que qualquer terceira via será muito mais competitiva que Bolsonaro. E acrescenta que a especialidade de Bolsonaro em termos de eleições é lutar na lama.
Lula, por seu lado, declara abertamente que está trabalhando para ter o apoio de Gilberto Kassab já no primeiro turno da eleição presidencial, afirmando que esse apoio pode ser decisivo para facilitar a “famigerada” governabilidade. Luiz Inácio adianta que tem conversado muito com Kassab e é possível que os dois possam ainda se entender. A questão se atém na figura do ex-governador Geraldo Alckmin, que ainda não se filiou a partido nenhum. Kassab abriu as portas do PSD, mas isso significaria dar adeus a compor a chapa de Lula como vice. Nem pensar. Na verdade, Kassab não acredita que Alckmin será mesmo o vice de Lula. E como a loucura é pouca, no PT muitos dizem que esse cargo pertence a Gilberto Kassab. Na verdade, duas velhas raposas estão conversando quase todo dia. Foi numa dessas conversas que surgiu essa ideia de ser ministro num possível governo Lula. Mas como dizem os sábios, o mundo gira. E as coisas vão girando também. A fila tem que andar. De repente, não mais que de repente, Gilberto Kassab estará de mãos dadas com Lula com um cargo de ministro garantido, caso ele vença a eleição. Kassab é, atualmente, a noiva desejada por todos. E Lula saiu na frente. Falta pouco.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.