General Braga Netto se esforça para conseguir o cargo de vice de Bolsonaro nas eleições de 2022

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Presidente não se manifesta sobre o assunto e diz que o nome já está escolhido, mas só será divulgado ‘na hora certa’

FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDOGeneral Braga Netto é ministro da Defesa desde abril de 2021

General Braga Netto, ministro da Defesa, vem mexendo seus pauzinhos para ser o escolhido como vice na chapa do presidente Jair Bolsonaro. Vem tentando e comendo pelas beiradas. Qualquer medida que tome no governo tem essa direção. Braga Netto cismou que ele deve ser o vice de Bolsonaro. Mas Bolsonaro não se manifesta sobre o assunto. Prefere esperar mais um pouco, o que deixa o general Braga Netto meio apreensivo. Dizem que já existem dois nomes para ocupar o lugar de Braga Netto na Defesa: o general da reserva Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, e o comandante da Marinha, almirante Garnier Santos.

O general Braga Netto, hoje na reserva, resolveu sair para a luta e acha que é o melhor nome para acompanhar o presidente na eleição de outubro. Para deixar tudo num clima de suspense, Bolsonaro afirma que o nome já está escolhido, mas que o divulgará no momento certo. Afirma que se anunciar o nome agora só criará confusão no governo. E de confusão o governo está cheio. O presidente prefere dizer que 12 ministros deixarão o governo brevemente. De acordo com informações passadas por auxiliares de Bolsonaro, o general Braga Netto está nessa lista. Sempre é bom lembrar que o nome do general conta com confiança absoluta de Bolsonaro. E depois tem uma vantagem: se o nome escolhido for mesmo o de Braga Netto, que tem grande influência dentro das Forças Armadas, o presidente poderá se sentir mais aliviado em relação a eventuais pedidos de impeachment que não param. A ordem é se cobrir. 

Braga Netto está louco para falar sobre o assunto com todo mundo. Mas tem que ficar só no entusiasmo. Uma palavra poderá prejudicar tudo. E o general da Defesa não quer prejudicar nada. Muito pelo contrário. A verdade é que esse “todo mundo” já está sabendo. O preferido é Braga Netto mesmo. Para alguns auxiliares, só para alguns, o general afirma que está perfeitamente pronto para o chamado do presidente. Mas também corre uma conversa que o general não gosta. Ele só deixará o Ministério da Defesa se realmente for o escolhido para ser o vice na chapa do presidente. Se não for, continuará na cadeira de ministro, não deseja qualquer outra função. O general quer ser o vice de Bolsonaro e não tem conversa. Está se esforçando para isso. 

Quando foi ministro da Casa Civil, Braga Netto deu mostras de sua fidelidade ao presidente. E Bolsonaro gosta disso. Braga Netto bajulava demais, mas o fazia discretamente. O general assumiu a Defesa em abril do ano passado. Logo a seguir, participou de uma manifestação junto com o presidente contra os ministros do Supremo Tribunal Federal. Tudo como Bolsonaro gosta. E participou, também, de outras várias manifestações em defesa do governo, além de sobrevoar uma manifestação em Brasília contra a democracia brasileira. Tudo como Bolsonaro gosta. Então o general caiu no agrado do presidente. 

Seja lá o que for, Braga Netto tem que brigar muito com uma ala do governo que é contra sua escolha. Fora isso, os partidos da base bolsonarista, PL, PP e Republicanos não aprovam o nome. Essas legendas garantem que elas que têm de fazer a escolha do vice de Bolsonaro. Até hoje, o superministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, não deseja o general como vice na chapa presidencial. Corre por fora o nome da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, indicação do dono do PL, o mensaleiro Valdemar da Costa Neto. Ele acha que Tereza Cristina agradará o eleitorado feminino, parcela da população em que Bolsonaro perdeu muitos votos por posicionar-se contra a vacinação de crianças. Mas no final, todo mundo sabe que quem manda mesmo é Bolsonaro. O que ele falar está falado e não tem mais conversa. E Braga Netto é o escolhido. Só falta anunciar.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.





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