Países, que estão em situação de tensão desde abril por causa da concentração de tropas de Putin em fronteira, farão reunião bilateral
Os Estados Unidos e a Rússia irão dialogar em 10 de janeiro sobre controle de armas nucleares e as tensões com a Ucrânia, informou um porta-voz de Segurança Nacional à agência de notícias AFP nesta segunda-feira, 27. “Os Estados Unidos esperam se comprometer com um diálogo com a Rússia”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional. Um encontro entre a Rússia e a Otan poderia acontecer em 12 de janeiro, seguido, em 13 de janeiro, por um encontro entre a Rússia e a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que também tem os Estados Unidos como integrante, completou a fonte. “A Rússia poderá colocar suas preocupações sobre a mesa e nós poderemos colocar as nossas, particularmente em relação às atividades da Rússia”, disse. A reunião bilateral em 10 de janeiro acontecerá no âmbito do diálogo estratégico de segurança lançado pelos presidentes Joe Biden e Vladimir Putin durante sua cúpula em Genebra, em junho passado.
Embora esse formato tenha como objetivo principal renegociar os tratados de controle de armas nucleares pós-Guerra Fria, as discussões também giram em torno da situação na fronteira russo-ucraniana, para onde Moscou enviou dezenas de milhares de soldados, indicou um alto funcionário do governo dos EUA que também pediu anonimato. As reuniões com a Otan e a OSCE irão focar na questão ucraniana. Em 17 de dezembro, a Rússia revelou duas propostas de tratado para limitar drasticamente a influência dos EUA e da Otan perto de suas fronteiras. Os documentos foram publicados em plena tensão entre a Rússia e o Ocidente ao longo da fronteira com a Ucrânia, onde americanos e europeus acusam Moscou de preparar uma ofensiva militar.
Os dois textos apresentados – um relativo à Otan e outro aos Estados Unidos – visam impedir uma nova expansão da Otan para o leste e o estabelecimento de bases militares norte-americanas em antigos países soviéticos. Na quinta-feira, tanto a União Europeia quanto a Otan demonstraram novamente seu apoio à Ucrânia. Há sete anos, a Aliança Atlântica denuncia sistematicamente a anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia e exige respeito pela soberania territorial da Ucrânia, minada por um conflito com separatistas pró-russos no leste do país desde 2014. Tanto a Rússia quanto os países ocidentais se acusam mutuamente de provocação, aumentando suas capacidades militares em suas fronteiras comuns.
*Com informações da AFP