Entrada de Moro na corrida pela Presidência vai mudar planos da campanha de Ciro; entenda

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Candidato do PDT vinha focando suas críticas aos governos do PT e ao presidente Jair Bolsonaro, mas agora tem o ex-juiz da Lava Jato em seu radar

Roberto Casimiro/Estadão ConteúdoAliados de Ciro querem que o candidato do PDT se fortaleça como líder do ‘segundo pelotão’ dos candidatos, atrás de Lula e Bolsonaro

A filiação de Sergio Moro ao Podemos e seu desempenho nas pesquisas divulgadas nas duas últimas semanas causarão pequenas mudanças na campanha de Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência da República. Aliados do pedetista querem que o nome do ex-ministro se consolide como a alternativa mais viável da chamada terceira via, com condições de competir com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro, que aparecem na primeira e segunda colocação, respectivamente, das pesquisas de intenção de voto.

Auxiliares e interlocutores de Ciro avaliam que, em um primeiro momento, Moro deve capturar votos de eleitores que escolheram Bolsonaro em 2018, mas estão arrependidos e rejeitam o atual governo. Ocorre que o pedetista também vinha buscando apoio da centro-direita. Um dos coordenadores da campanha lembra de um vídeo publicado pelo candidato do PDT em junho deste ano, no qual o ex-ministro da Integração Nacional dizia que a Bíblia e a Constituição “não são livros conflitantes”. “Se observamos bem, veremos que ideias centrais do cristianismo inspiram a vida de todos nós que lutamos por um Brasil melhor”, escreveu na legenda da publicação.

Até aqui, Ciro vinha focando suas críticas aos governos do PT, em Lula e em Bolsonaro. Agora, o nome de Moro entra no radar do pedetista. O entorno do presidenciável do PDT sabe que a pauta anticorrupção é um ativo de Moro, mas aposta que o ex-juiz da Operação Lava Jato perderá popularidade nos próximos meses por dois motivos: a falta de experiência política e a ausência de um plano de governo robusto. A interlocutores, Ciro costuma dizer que, diferentemente do pleito de 2018, marcado pelo sentimento antissistema, o eleitor buscará candidatos preparados – Moro, segundo o seu raciocínio, não conhece as particularidades do “drama do brasileiro”.





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