Alta dos juros pelo Banco Central e valorização de commodities dá fôlego para descolar cenário doméstico do temor global
Dólar recua apesar de clima internacional negativoOs principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo positivo nesta segunda-feira, 14, apesar do clima internacional carregado pelo aumento da tensão com sinais de possível invasão da Ucrânia por tropas da Rússia. Por volta das 13h15, o dólar registrava queda de 0,37%, cotado a R$ 5,223. O câmbio chegou a mínima de R$ 5,196, enquanto a máxima não passou de R$ 5,267. A última sessão da semana passada fechou com leve alta de 0,01%, a R$ 5,242. Ignorando a queda generalizada dos mercados nos Estados Unidos e na Europa, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, operava com avanço de 0,28%, aos 113.881 pontos. O pregão de sexta-feira, 11, encerrou com pequeno avanço de 0,2%, aos 113.572.
As atenções de todo o mundo estão voltadas aos movimentos na fronteira da Ucrânia após o alerta de autoridades dos Estados Unidos de uma iminente invasão da Rússia. Apesar de o cenário de risco internacional favorecer ativos mais seguros, como o dólar, o ambiente doméstico com o aumento dos juros — o que atrai mais investidores para a renda fixa —, e o bom momento de commodities, dá fôlego para o mercado brasileiro. Os analistas revisaram novamente para cima a previsão para a inflação e passaram a ver os juros mais altos no país em 2022, segundo estimativas do Boletim Focus divulgadas nesta manhã. O mercado estima que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) suba a 5,5% ao fim deste ano. Já a Selic foi revista para 12,25%. No início do mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou os juros a 10,75% e sinalizou nova alta no encontro agendado para março.
Ainda na pauta doméstica, o humor dos mercados é pressionado pelo aumento do risco fiscal com a negociação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca frear o aumento dos combustíveis. A equipe econômica apoia que a medida seja restrita ao diesel, enquanto alas do Planalto defendem a extensão do benefício para a gasolina. Os embates geram temor aos investidores por indicarem aumento dos gastos públicos em meio ao processo eleitoral. Para analistas, o crescimento da desconfiança com as contas do governo pode levar ao avanço do dólar e neutralizar os benefícios propostos pela PEC.































