Audiência pública na Câmara discute irregularidades na privatização da Eletrobras

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Mesmo com as dúvidas e resistências, o processo de desestatização deve acontecer até maio de 2022

Agência BrasilA capitalização da Eletrobras prevê novas concessões de geração de energia por 30 anos

O modelo de capitalização da Eletrobras ainda gera dúvidas, mas o processo deve acontecer até maio do ano que vem. As ações da empresa caíram nessa semana após a divulgação de balanços relativos ao terceiro trimestre. O lucro líquido da companhia apresentou queda de 65% na comparação com igual período do ano passado. Em junho, o Congresso Nacional aprovou a medida provisória que viabiliza a desestatização. Em audiência na Câmara, a integrante da Diretoria de Compliance da empresa, Camila Gualda, destacou que, na prática, não existe privatização. “O processo de capitalização da Eletrobras consiste em uma modalidade de aumento do capital social. A União, que hoje é nossa controladora, não compra essas ações. A União acaba por ser diluída e deixa de ser nossa controladora para ser então mais uma acionista relevante da companhia”, disse Gualda, acrescentando que a capitalização prevê novas concessões de geração de energia por 30 anos.

Contrário ao processo, o diretor da Associação dos Empregados de Furnas, Victor Costa, avalia que os números da empresa são positivos. “A gente acumula no ano de 5,1 bilhões. No últimos três anos temos mais de 35 bilhões de lucros acumulados. A Eletrobras tem um caixa de R$ 20,4 bilhões e está pronta para realizar investimentos e desenvolver o Brasil”, afirmou Costa, que acredita que a capitalização vai contra aos interesses públicos. Ainda na audiência pública, a representante do BNDES, Lidiane Delesderrier, explicou que órgãos competentes vão fiscalizar o processo. “Muito mais grave do que haver um mal uso de informação e haver algum inadimplente desse contratado perante o BNDES, é haver perante os órgãos reguladores”, disse. Segundo Lidiane Delesderrier, o papel do BNDES é trazer oferta ao mercado já no começo de 2022. Por outro lado, o Tribunal de Contas da União (TCU) está fazendo uma análise do processo de capitalização da Eletrobras.

*Com informações do repórter Victor Moraes





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