Weintraub diz que tem provas de que Lewandowski tentou comprar sua casa e afirma: ‘Gerou desconforto’

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Ex-ministro teve que conceder depoimento à Polícia Federal nesta sexta, 4, por afirmação sobre o magistrado do Supremo Tribunal Federal

Marcelo Camargo / Agência BrasilAbraham Weintraub foi ministro da educação por um ano e três meses; depois, assumiu cargo no Banco Mundial

O ex-ministro da educação Abraham Weintraub revelou que foi Ricardo Lewandowski o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que tentou comprar sua casa, em entrevista ao Jornal Jovem Pan. Anteriormente, Weintraub havia dito em participação em um podcast que um ministro tentara realizar o negócio através de uma imobiliária, mas ele teria recusado a oferta; anteriormente, o ministro havianegado um pedido de habeas corpus preventivo de Weintraub. No podcast, o ex-ministro não disse o nome do magistrado que teria tentado a negociação. Após a declaração, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou que Weintraub desse um depoimento na Polícia Federal para revelar o nome de quem havia tentado comprar a casa, no âmbito do inquérito das fake news.

“Eu não queria trazer à tona o nome do ministro, mas já que fui convocado, fui lá e tive que falar. Era o Lewandowski e a esposa dele. Tentei preservar ao máximo, mas já que foi dito que eu não tenho provas, que é fake news, que é muito grave, tive que revelar. No podcast, eu descrevi que tinha sido um ministro do STF que no passado me negou um habeas corpus preventivo, quando eu estava sendo investigado por crime contra a segurança nacional. Pedi o habeas corpus para responder em liberdade, e o Lewandowski foi um dos que me negou. Estava nos Estados Unidos quando fui informado do interesse dele de comprar. A gente tem, e vai disponibilizar as provas. Eu disse no podcast que não era grave [a situação], mas no depoimento falei que fiquei desconfortável. Minha casa não estava à venda”, explicou Weintraub, sobre a situação.

Na sequência, o ex-ministro deu mais detalhes de como se sentiu com a situação. “Eu não tinha citado o nome dele, justamente para evitar um mal-estar. Me causou desconforto porque temos esse passado, ele me julgou e me negou um habeas corpus preventivo. Foi através de corretora, nunca tive contato pessoal com ele. Não achei que foi um recado, se não teria tomado providências. Não estou falando que fui chantageado mas é uma experiência que gera desconforto. Imagina se eu vendo e sai no jornal ‘Abraham Weintraub vende casa por tantos milhões para o ministro Lewandowski’, é algo que gera desconforto. Não menti e não achei que era tão grave para ser convocado para depor sobre fake news. Achei que foi um desserviço”, criticou Weintraub.

Além da casa, o ex-ministro também disse ter feito um depoimento sobre a suposta reunião em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) teria comentado sobre operação da Polícia Federal contra o filho Flávio Bolsonaro antes dela ocorrer, em novembro de 2018. De acordo com Weintraub, o delegado reconheceu que ele não disse que o presidente tinha informações que não deveria ter. Neste caso, o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro foi outro órgão a convocar o ex-ministro para esclarecer a declaração, que também foi dada no podcast.

 





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