‘Nas últimas décadas, Lei Rouanet serviu para fomentar palanque político’, diz Mario Frias

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Secretário de cultura defende a necessidade de mudanças para que os recursos possam chegar aos pequenos produtores: ‘É o foco do presidente’

CLÁUDIO REIS/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDOMario Frias afirmou que a intenção é fazer os valores destinados pela Lei Rouanet possam chegar aos artistas que precisam

O secretário especial de Cultura, Mario Frias, defendeu as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a necessidade de mudanças da Lei Rouanet. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta sexta-feira, 7, ele afirmou que as falas do mandatário acontecem após ataques. “Vamos deixar claro que o presidente foi atacado. Ele foi atacado pelo José de Abreu, pela senhora Ivete Sangalo puxando coro em um show. Então, não é de repente que surgem as manifestações. A gente já vem conversando sobre mudanças na lei para que possa cumprir os objetivos para fomentar a cultura”, disse o secretário, citando entre as mudanças o teto para destinação de recursos. A fala de Frias acontece após Bolsonaro falar, durante coletiva de imprensa após internação, que alguns artistas estariam chateados com ele pela limitação dos pagamentos. “Nós queremos a Lei Rouanet para atender aquele artista que está começando a carreira e não para figurões ou figuronas, como a querida Ivete Sangalo. Ela está chateada, José de Abreu está chateado porque acabou aquela teta deles, gorda, de pegar até R$ 10 milhões da Lei Rouanet”, disse na ocasião, causando a reação de diversos famosos, como Ingrid Guimarães, Luíza Sonza, MC Rebecca e o cantor Tico Santa Cruz

Ainda sobre a declaração, Mario Frias afirmou que a intenção é fazer os valores “chegarem a quem precisa”. Ele citou que, nas últimas décadas, R$ 13 bilhões foram destinados pela lei, mas explicou que a secretaria não sabe se os recursos foram, de fato, investidos em cultura. “Tudo a serviço dos amigos do rei. Ao longo dos anos, vi muita gente dizer ‘não consegui recursos, apoio do governo para fazer meu disco, meu livro, meu filme’, porque era justamente o que acontecia. A lei serviu nas últimas décadas como recurso para fomentar o palanque político e ideológico. ‘Eu te dou dinheiro e você fala bem do meu governo’”, ressaltou Frias, que falou sobre as ameaças que recebe.

“A gente tirou o recurso de alguém que não ficou satisfeito com o que a gente está fazendo. O que estamos fazendo é colocando a população de volta no jogo”, pontuou. A proposta, segundo o secretário, é que os valores da Lei Rouanet cheguem aos locais “mais longínquos”. “O objetivo dessa questão do teto é fazer com que o pequeno produtor tenha acesso a esse recurso. Nessa nova instrução, uma grande empresa que pegar um projeto acima de R$ 1 milhão vai ter a contrapartida de investir até 10% em um projeto iniciante, esse é o foco do que o presidente”, finalizou.





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