‘Queremos que seja respeitado o direito de escolha dos pais’, diz Bia Kicis sobre vacinação

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Deputada federal e presidente da CCJ da Câmara participou, na última terça-feira, da audiência pública do Ministério da Saúde sobre imunização de crianças

Billy Boss/Câmara dos DeputadosBia Kicis, deputada federal e presidente da CCJ da Câmara dos Deputados

Na última terça-feira, 4, o Ministério da Saúde realizou uma audiência pública sobre a vacinação contra a Covid-19 de crianças de 5 a 11 anos no Brasil. Bia Kicis (PSL-DF), deputada federal e presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, participou do evento e também indicou médicos a serem ouvidos. Na manhã desta quarta-feira, 5, ela concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, para comentar os resultados práticos e as discussões feitas. Ela disse que não foi contra a vacinação no encontro, mas que defendeu o direito dos pais ou responsáveis decidirem se querem imunizar ou não as crianças.

“Como eu disse lá na minha breve fala, em nenhum momento nós estávamos ali para condenar a vacinação, nós simplesmente queremos que seja respeitado o direito de escolha dos pais. Esse é um direito natural, é um direito garantido nos tratados internacionais de direitos humanos, é reconhecido pela nossa Constituição, só que nós estamos vivendo um momento em que a Constituição está vale muito pouco. O que está valendo é a vontade de juízes, de ministros, de prefeitos, de governadores. E os nossos direitos fundamentais estão sendo solapados. Eu ali, como presidente da CCJ, minha fala foi nesse sentido de garantir a defesa desse direito natural dos pais. Os pais, mediante informação, é preciso tomar decisão com muita informação com muita transparência, com muita clareza, poderão decidir se querem ou não vacinar os seus filhos. Esse era o intuito, o nosso intuito e dos médicos que eu indiquei para a audiência pública”, pontuou Kicis.

Questionada sobre a hesitação do Ministério da Saúde em dar início à vacinação de crianças, Kicis defendeu a pasta, afirmando que não foi hesitar, mas ter cautela com o bem ‘mais valioso, que é o futuro do país, as crianças’. “Essa cautela levou o governo, eu acredito que vá levar o ministro da Saúde, a tomar uma posição em favor da livre escolha dos pais. E quando se fala que para que uma campanha [de vacinção] tenha êxito é preciso que não apenas alguns poucos se vacinem, não existe no Brasil e nem no mundo esse fato, de poucos se vacinarem. Hoje, no mundo, quase todas as pessoas estão vacinadas. O Brasil é um dos países que mais vacina. E vamos pensar que, até bem pouquinho tempo atrás, diziam que as crianças não transmitiam, que não são alvo da campanha, porque elas desenvolvem pouquíssimo a Covid, quando têm não tem gravidade, aí de repente muda tudo. Depois que quase toda a população adulta está vacinada, agora tem que ser as crianças. Eu não sou médica, mas eu escuto os médicos, eu converso, eu estudo o tempo inteiro. Hoje, uma das coisas mais importantes para mim é essa questão da liberdade e do cuidado com as crianças. Os médicos que estão estudando muito isso estão dizendo que essa nova variante, a Ômicron, não é letal, ela é muito infecciosa, praticamente toda a população vai pegar. Mas ela não é letal, ela não é perigosa, e para as crianças, menos ainda. Não é uma unanimidade. Inclusive tem médicos que estavam defendendo muito a vacinação em crianças e eu mostrei que existe um possível conflito de interesse, que são médicos que são donos de clínicas de vacinação. Tem pessoas que assinaram o termo de ausência de conflito, e quando você pega o tempo para ler, são patrocinados por empresas como Pfizer, AstraZeneca, então vamos com calma. Nós estamos falando de vidas, nós estamos falando das nossas crianças, nós estamos falando de algo que pode não ter volta”, disse Kicis.

Ainda sobre a letalidade da variante Ômicron, a deputada se justificou, completando que o que quis dizer foi que esse é um formato mais fraco da Covid-19. “As pessoas morre de gripe, eu estou falando da agressividade da Ômicron, não estou dizendo que nenhuma pessoa vai morrer, que eu saiba já morreram até algumas, mas quando falo que ela não é letal é que ela não tem essa agressividade que vai sair matando as pessoas. As pessoas vão ser curadas da Ômicron, vão se tratar em casa. A grande maioria não precisará ir para o hospital. E é isso que esses médicos estão pregando. Inclusive dizendo que a Ômicron trará essa imunidade natural”, argumentou. “Se eu achar como pai, como mãe, que quem está certo é o médico que diz que tem que vacinar, eu vacino. Se eu achar que não, eu não vacino. Eu não estou fazendo aqui nenhuma apologia contra a vacina. Eu não sou eu não sou uma profissional da saúde. Já estou falando até demais quando falo dessas características da Ômicron, que eu estou repetindo o que eu tenho ouvido. Eu sou uma uma pessoa do meio jurídico. Não posso aceitar quando vejo direitos fundamentais sendo roubados dos pais. Eu não posso aceitar aquela máxima de que as crianças pertencem ao Estado. As crianças pertencem ao aos pais”, disse.

A deputada ainda criticou a falta de responsabilidade das farmacêuticas sobre os possíveis efeitos colaterais e disse que essa definição deverá surgir no futuro, a partir de decisões judiciais. “Nós queremos que alguém se responsabilize. A Anvisa fala e a própria Pfizer recomenda que as crianças, após vacinadas, sejam acompanhadas por médico. Quem vai acompanhar? Vamos pensar no Brasil, nas pessoas que não conseguem nem marcar uma consulta pelo SUS muitas vezes, dependendo da localidade, esperam anos pra conseguir um atendimento. Quem vai se responsabilizar pelo atendimento dessa crianças? Eu sei que quem vai chorar pela morte de uma criança, seja pela doença, seja por uma reação adversa, vão ser os pais. Agora, quem vai se responsabilizar? Isso não está claro”, opinou.

No caso da não vacinação, Kicis defendeu que a melhor saída ainda seria voltar à vida normal e conviver com a Covid-19, apostando no enfraquecimento do vírus, a partir da variante Ômicron. “A vacina da Covid, quando ela foi oferecida, foi oferecida com essa promessa de que impediria as pessoas de pegarem [a doença]. Como as pessoas continuaram pegando e transmitindo, aí tiveram que mudar o discurso, dizer que era pra diminuir a internação, a gravidade, diminuir as mortes. Então a gente precisa começar a parar de ser guiado pelo pânico. A gente precisa saber que nós somos mortais. A gente precisa saber que a gente não pode ficar escondido debaixo de uma cama”, comentou a deputada.





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