Eleições 2022: projeções para cenário político-eleitoral e efeitos no agro

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Economia será a pauta central da disputa presidencial, dizem especialistas; bancada do agro deve ganhar força no Congresso Nacional

Arquivo/Agência BrasilVista do Palácio do Planalto, sede da Presidência da República em Brasília

Faltando poucos meses para o primeiro turno das eleições de 2022, o debate pré-eleitoral ganha força dia após dia. Em todo o país, políticos buscam apoio e o fortalecimento de suas bases para oficializar as candidaturas. Neste momento, as atenções estão voltadas, de forma especial, para a corrida ao Palácio do Planalto. Especialistas ouvidos no Hora H do Agro deste sábado, 25, acreditam que a economia norteará os debates entre os candidatos à Presidência e não descartam uma eleição polarizada entre o presidente Jair Bolsonaro, que tentará a reeleição, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passou a ser considerado pré-candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) desde que o Supremo Tribunal Federal anulou sua condenação por corrupção.

Na visão de Christopher Garman, diretor executivo para as Américas da Eurasia Group, “é bem provável que tenhamos, de fato, um 2º turno entre o presidente Bolsonaro e o ex-presidente Lula”; isso, olhando os dados comparativos internacionais compilados pela consultoria. O levantamento mostra que apenas 7% dos governantes atuais que concorrem à reeleição não chegam a um 2º turno. Além disso, Garman projeta esse cenário sem acreditar muito em um fortalecimento da chamada terceira via, com candidatos mais alinhados aos partidos do centro. Segundo ele, para que haja ambiente para uma terceira candidatura, o presidente Bolsonaro teria que perder espaço nas pesquisas, o que é quase improvável por conta da atual base de apoio do presidente da República.

A opinião não é compartilhada pelo diretor executivo na Action Relações Governamentais, João Henrique Hummel, que acredita “muito na possibilidade de uma terceira via”. De acordo com Hummel, o nível de rejeição tanto a Bolsonaro quanto a Lula pode abrir espaço para um terceiro candidato; porém, ele é cauteloso ao dizer que isso dependerá do “cenário que vem pela frente e dos modus operandi das campanhas da próxima eleição.”

Durante o painel Hora H Agro, o jornalista e comentarista da Jovem Pan, Alexandre Garcia, afirmou que pode não haver um segundo turno, tampouco a consolidação de uma terceira via ou o lançamento da candidatura do ex-presidente Lula, uma vez que houve perda de fôlego eleitoral no Nordeste, que em anos anteriores foi o principal colégio de apoio ao PT. Se esse cenário se desenhar no pontapé inicial das eleições em 2022, Garcia projeta vitória do presidente Bolsonaro. “A tendência é com certeza o presidente, candidato à reeleição, ir para o segundo turno ou ganhar em primeiro turno”, afirma. O comentarista lembra: “vai depender da economia para o voto do agro e vai depender da economia o voto do trabalhador”.





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