Justiça britânica condena soberano de Dubai a pagar valor recorde para ex-esposa e filhos

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Indenização por divórcio concedida por tribunal inglês condena Mohammed bin Rashid Al Maktoum a pagar equivalente a R$ 4,1 bilhões aos filhos e ex-esposa

Wikimedia CommonsMohammed bin Rashid Al Maktoum é primeiro-ministro e vice-presidente dos Emirados Árabes

Nesta terça-feira, 21, a justiça britânica bateu recordes ao condenar o primeiro-ministro de Dubai, Mohammed bin Rashid Al Maktoum, a pagar a sua ex-esposa e filhos 550 milhões de libras, equivalente a 725 milhões de dólares, na maior indenização por divórcio já concedida por um tribunal inglês. O juiz Philip Moor ordenou que o governante de 72 anos pague 251,5 milhões de libras, cerca de 340 milhões de dólares, à sua sexta esposa, a princesa Haya Bint Al Hussein e 290 milhões de libras (385 milhões de dólares) para cobrir o sustento de seus dois filhos, de 9 e 14 anos, além de outros gastos – incluindo os de segurança – conforme acordo com a sentença. Segundo o veredito divulgado nesta terça-feira, o valor, que inclui dezenas de milhares de libras para férias ou gastos vinculados com animais domésticos, pode variar em função de diversos fatores, como em caso de uma reconciliação dos filhos com o pai.  

Em outubro, o Tribunal Superior entendeu que Mohammad bin Rashed al Maktoum autorizou um ataque aos telefones de sua esposa e de seus advogados britânicos. Não foi provado que a ação estivesse vinculada à batalha legal no Reino Unido entre sua esposa e ele, que deseja o retorno dos dois filhos a Dubai. Porém, um volume “muito importante” de dados foi extraído do telefone da princesa, de quase 265 megabytes – o equivalente a 24 horas de gravação de voz ou 500 fotografias. O magistrado destacou que o soberano “assediou e intimidou a mãe (dos seus filhos) antes da sua viagem para a Inglaterra e a partir de sua chegada”, e que estava “disposto a tolerar que aqueles que agem em seu nome no Reino Unido o fizessem de maneira ilegal.”

Um porta-voz de Mohammed bin Rashid Al Maktoum declarou nesta terça-feira que o soberano de Dubai “sempre se certificou de que os filhos estejam protegidos em suas necessidades”. “O tribunal anunciou agora sua decisão sobre o aspecto financeiro e ele não tem a intenção de falar mais”, disse o porta-voz, antes de acrescentar que o soberano “pede aos meios de comunicação que respeitem a vida privada de seus filhos e não interfiram em sua vida no Reino Unido“. Em março de 2020, um tribunal da vara de família afirmou que Al Maktoum havia “encomendado” e “orquestrado” o sequestro de dois de seus filhos, a princesa Shamsha e sua irmã Latifa, que ele tem com outra esposa. A princesa Latifa, que tentou fugir de Dubai sem sucesso em 2018, afirmou que era mantida como “refém” por seu pai. 

*Com informações da AFP





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