Material apreendido em escritório de advogado que assumiu defesa de Adélio Bispo será periciado
A Polícia Federal (PF) reabriu o inquérito sobre a facada dada por Adélio Bispo no então candidato presidencial Jair Bolsonaro, em Juiz de Fora (MG), em 2018. No último dia 3 de novembro, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) autorizou a quebra do sigilo bancário do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que representou Adélio na época do crime. O delegado Rodrigo Morais Fernandes também poderá acessar o conteúdo apreendido no escritório do advogado em 2018, o que inclui o celular que ele usava naquele momento, além de livros caixa, recibos e comprovantes de pagamento de honorários. O material não havia sido analisado por decisão liminar da Justiça, que considerou que isso violava o princípio do sigilo entre advogado e cliente, tese rejeitada pelos desembargadores do TRF-1.
A linha de investigação da PF busca apurar quem teria pago os honorários e outros gastos de Zanone, incluindo o avião no qual ele se deslocou para Juiz de Fora. Anteriormente, a Polícia Federal havia concluído que Adélio agiu sozinho, sem cúmplices ou mandantes, o que é rejeitado pela defesa de Bolsonaro. Ele também foi considerado incapaz de responder pelo crime por sofrer distúrbios psicológicos e cumpre medida de segurança na penitenciária federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, por tempo indeterminado. O advogado Frederick Wassef, que representa o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não acredita que Adélio seja mentalmente incapaz e afirma que busca descobrir quem teria sido o mandante da tentativa de assassinato.