Futuro partido do presidente Jair Bolsonaro, o PL espera alcançar o número de 70 parlamentares; quanto maior a bancada, maior a fatia do Fundão Eleitoral repassada para a sigla
A ida do presidente Jair Bolsonaro para o Partido Liberal (PL), um dos três partidos do núcleo duro do Centrão, será formalizada apenas na terça-feira, 30, mas as siglas já estabeleceram como meta aumentar as suas bancadas na Câmara dos Deputados. Juntos, PL, Progressistas (PP) e Republicanos possuem, atualmente, 116 parlamentares. Para o próximo pleito, porém, os dirigentes partidários sonham alto e contam com a eleição de, no mínimo, 160 deputados. Quanto maior a bancada na Casa, maior a fatia do Fundão Eleitoral repassada para as legendas.
À Jovem Pan, o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira (SP), disse que o partido espera ter, no melhor cenário, 40 deputados – hoje são 31. O cacique justifica o cálculo: diferentemente de 2018, quando a onda antipolítica atingiu as principais legendas e elevou o PSL, então nanico, para a condição de maior bancada da Câmara, “a eleição vai voltar para a política” em 2022, diz. No PL, futuro partido de Bolsonaro, as contas são ainda mais ambiciosas. Vice-líder da sigla na Casa, o deputado Capitão Augusto (SP) estima que os liberais elegerão aproximadamente 70 parlamentares – o PL de Valdemar Costa Neto, preso e condenado no escândalo do Mensalão, tem 43 deputados federais.
Por sua vez, o Progressistas, comandado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), espera saltar de 42 para 55 deputados. Como a Jovem Pan mostrou, aliados do presidente Jair Bolsonaro articulam uma costura para dar ao PP a prerrogativa de indicar o vice que irá compor a chapa do mandatário do país no pleito do ano que vem – nas últimas semanas, foram aventados o nome de Nogueira e do ministro das Comunicações, Fábio Faria.