As principais ruas de Caracas amanheceram com a calmaria típica de um domingo e, nos centros de votação, que abriram todas as mesas de voto por volta do meio-dia, a maioria dos eleitores eram adultos mais velhos
As eleições locais e regionais na Venezuela contaram com baixa participação popular durante este domingo, 21. De acordo com eleitores consultados pela Agência EFE, a falta de esperança em uma mudança é o principal fator para a tranquilidade nos colégios espalhados pelo país. As principais ruas de Caracas amanheceram com a calmaria típica de um domingo e, nos centros de votação, que abriram todas as mesas de voto por volta do meio-dia – seis horas após o horário oficial de abertura – a maioria dos eleitores eram adultos mais velhos à espera da sua vez de exercer o direito ao voto.
Os integrantes das mesas de votação e alguns eleitores explicaram que as filas com poucas pessoas podem ser explicadas pelo fato de o processo ser “expedito” e de os eleitores chegarem de forma dispersa. “Há um movimento muito espalhado e de manhã chegam mais pessoas mais velhas. Imagino que à tarde virão mais jovens”, disse a educadora aposentada Ana Caballero, depois de ter votado em uma escola no leste de Caracas, conhecido por ser um “reduto chavista”. Segundo ela, o processo de votação era “bastante simples”, embora tenha dito que preferia votar em um único partido, em vez do voto cruzado (escolher candidatos de diferentes partidos), porque não se sentia “suficientemente qualificada”. A oposição e várias ONGs denunciaram, semanas antes do dia das eleições, que a votação cruzada é um processo complexo e que não foi divulgada informação suficiente para explicar como é feito.
As últimas três eleições na Venezuela se caracterizaram também pela baixa afluência às urnas, algo que se repete hoje, mas que continua a atrair a atenção dos cidadãos. É o caso do jovem carpinteiro Héctor Palma, que vê uma falta de “motivação” na população para votar. “Não há muita motivação entre a população para votar como antes. Talvez devido à falta de líderes que falem a verdade. Sentimos que a liderança caiu no país e a motivação caiu muito e, bem, eu ainda tenho fé. A diferença é a falta de liderança, algo que se sente para falar a verdade”, analisou. A expectativa é que mais de 21 milhões de venezuelanos votem em 23 governadores, 335 prefeitos, 253 integrantes de conselhos legislativos e 2.471 vereadores.
*Com informações da Agência EFE