Chile vai às urnas escolher novo presidente e deve levar extremos ao segundo turno

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Candidato conservador que simpatiza com Trump e Bolsonaro e jovem do movimento estudantil lideram pesquisas de intenções de voto

EFE/Alberto Valdés e Biblioteca del Congreso Nacional de ChileGabriel Boric (à esquerda) e José Antonio Kast (à direita) são favoritos para a disputa do segundo turno no Chile

Eleitores do Chile vão às urnas para o primeiro turno das eleições presidenciais neste domingo, 21, e, se as pesquisas estiverem certas, levarão para o segundo turno candidatos de dois polos ideológicos diferentes após anos de governos centristas. O levnramento de intenção de votos mais recente do país, realizado entre os dias 2 e 4 de novembro com 1.010 pessoas, mostrou o candidato da extrema-direita, José Antonio Kast, na liderança, com 35% das intenções de voto. Ele é seguido por Gabriel Boric, representante da esquerda radical, que aparece com 29%. Todos os outros têm 12% ou menos. A a taxa de pessoas que declararam que não votariam em ninguém ou não sabem em quem votar é de 22%, o que mostra uma alta rejeição do público.

Os desgastes dos violentos protestos durante o governo de Sebastián Piñera se somaram ao caos mundial da pandemia da Covid-19 e a um recente escândalo envolvendo o nome da família do presidente na venda de empresas offshores. Com isso, o candidato dele, Sebastián Sichel, nome da centro-direita, derreteu e chegou aos 7% das intenções de voto nesta semana, após marcar 12%. O estudo, feito pelo Instituto Cadem, foi o último antes das eleições, já que o país latino proíbe qualquer divulgação de pesquisa a partir de 15 dias antes da população ir às urnas. O candidato da esquerda, que lidera as pesquisas no país, tem apenas 35 anos e foi um dos expoentes dos protestos estudantis de 2011, ganhando um cargo de deputado em 2014 e aumentando a popularidade nos anos seguintes. Ele chegou a vencer o candidato comunista Daniel Jardue nas eleições primárias, mas fez coligações que, de acordo com alguns especialistas, podem o considerar como “mais à esquerda” do que candidatos anteriores.

Kast, advogado conservador de 55 anos, por sua vez, já teceu elogios ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Também já imaginou que o ditador Augusto Pinochet teria votado nele se fosse vivo. Apesar de evitar falar o nome de Pinochet nos últimos debates e colocações públicas, Kast não consegue fugir do rótulo de extrema-direita. Enquanto Boric tenta o cargo de presidente pela primeira vez, o candidato direitista já fez campanha nas últimas eleições e terminou com apenas 8% dos votos, o que sinaliza o avanço do conservadorismo no país. De acordo com as projeções do Cadem, Kast seria vencedor em um segundo turno contra Boric, com 44% das intenções de voto (contra 40% do candidato da esquerda).





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